São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Sem-terra apóiam presidente do Incra DENISE MADUEÑO DENISE MADUEÑO; GEORGE ALONSO
A direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) defendeu ontem a manutenção de Francisco Graziano na presidência do Incra. A mesma iniciativa foi tomada pelo Fórum pela Reforma Agrária e pela Justiça no Campo, entidade que reúne lideranças sindicais que defendem a reforma agrária. João Pedro Stedile, um dos 15 integrantes do colegiado máximo do MST, afirmou que acha "um absurdo completo" a possibilidade de demissão de Graziano. Segundo Stedile, a ameaça de afastamento do presidente do Incra "demonstra o quanto estão articulados os setores conservadores do latifúndio e do governo", para manter a atual estrutura fundiária. "Há uma ação articulada para derrubar o Graziano por parte dos que não querem a reforma agrária. Para eles, este é o momento oportuno para paralisar a reforma", disse o coordenador do Fórum, Paulo Maldos. Outro sindicalista que saiu em defesa do dirigente do Incra foi o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. "Graziano é uma pessoa sensível, conhecedor da questão da terra, sempre recebeu os trabalhadores, foi contra a prisão dos sem-terra em São Paulo. Ele tem uma visão democrática", disse. Tanto o os sem-terra como os integrantes do Fórum consideram o ministro da Agricultura, José Eduardo de Andrade Vieira, o principal obstáculo à resolução dos conflitos agrários no país. "O ministro é um entrave e um obstáculo à reforma agrária. Nosso diálogo é com o presidente Fernando Henrique Cardoso e, até hoje (ontem), com o presidente do Incra, Francisco Graziano", disse Gilberto Portes, um dos líderes dos sem-terra. O Fórum recusou convite para se reunir com Andrade Vieira e discutir os problemas agrários. Texto Anterior: Versão de Graziano contradiz assessor Próximo Texto: Brindeiro analisa caso e cita ilegalidade Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |