São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Queda de qualidade é recente

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto os problemas de má administração, nepotismo e interferência política no Centro Paula Souza remontam à sua origem, em 1969, o péssimo desempenho acadêmico de sua rede é recente.
No início de 1994, o Ceeteps tinha apenas 14 escolas técnicas de 2º grau e sete faculdades. Em 1º de janeiro do ano passado, incorporou 82 escolas técnicas.
São essas escolas que têm os piores índices. Desde a década de 80, são uma espécie de "terra de ninguém" da educação estadual.
Até 1991, as 82 escolas (que incluem as 35 agrícolas) estavam vinculadas à Secretaria de Estado da Educação.
Como eram muito onerosas -numa rede de mais de 6.000 escolas-, passaram a década de 80 recebendo menos investimentos do que o necessário.
No início do governo Fleury, foi implantado o programa das escolas padrão, que envolvia alto investimento em algumas escolas da rede da Secretaria da Educação.
A mesma leva de decretos que instituiu essa reforma transferiu as 82 escolas técnicas para a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Lá, permaneceram dois anos, até serem incorporadas ao Ceeteps.
A idéia de ter uma rede de escolas técnicas no Estado vem da década de 60, quando foi definido que o desenvolvimento do país dependia de instituições que formassem mão-de-obra de nível médio para o setor produtivo.
Atualmente, a idéia é ainda mais presente, já que esse tipo de mão-de-obra serve de atrativo para a instalação de indústrias -o que explica o interesse do secretário Emerson Kapaz pelo Ceeteps.
Parte do desenvolvimento dos chamados "tigres asiáticos" se deve a escolas desse tipo.
(FR)

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