São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995 |
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Sacoleiros mantêm fechada ponte em Foz
FÁBIO ZANINI
Ontem, pelo segundo dia consecutivo, o tráfego de pessoas e veículos permaneceu bloqueado. Segundo a Câmara de Comércio de Ciudad del Este, cerca de 15 mil pessoas participaram do protesto no Paraguai. Do lado brasileiro, segundo a Polícia Federal, mais de mil pessoas esperavam, pela manhã, a abertura da ponte. Sacoleiros, comerciantes, taxistas e até policiais paraguaios fecharam a ponte na Ciudad del Este em protesto contra a decisão do governo brasileiro de reduzir a cota de importação, livre de impostos, de US$ 250 para US$ 150. A Secretaria da Receita Federal informou ontem, em Brasília, que não vai rever o limite de isenção de R$ 150, válido desde 16 de novembro. Uma delegação diplomática paraguaia chegou ontem a Brasília para negociar a revisão das cotas. Até o fechamento dessa edição, ela estava reunida no Ministério das Relações Exteriores com diplomatas e representantes da Receita Federal brasileira. O governo, entretanto, negou que o tema da reunião foi a revisão das cotas. Segundo as assessorias da Receita Federal e do Itamaraty, os representantes dos dois países discutiam o transporte de contêiner entre o Porto de Paranaguá e o território paraguaio. Comércio O comércio na fronteira movimenta uma média de US$ 1 bilhão por mês, segundo a revista norte-americana "Forbes", especializada em assuntos econômicos. A Prefeitura de Foz do Iguaçu marcou para hoje reunião entre a bancada federal do Estado e representantes comerciais paraguaios para tentar uma solução. "Queremos que os parlamentares se comprometam a pressionar o governo para reverter essa medida e reabrir a ponte", disse Mohamed Darakat, secretário da Indústria e Comércio de Foz do Iguaçu. "Ciudad del Este funciona como uma indústria para o Brasil. Os produtos de sacoleiros chegam ao consumidor brasileiro 20% mais baratos e são comprados, na maioria, por pessoas baixa renda", disse o secretário. Para o presidente da Câmara de Comércio de Ciudad del Este, Hussein Taijan, falta uma "demonstração de boa vontade" do governo brasileiro para reabrir o tráfego na ponte. "Se houver compromisso dos parlamentares brasileiros de trabalhar para que a situação seja revertida, reabrimos a ponte imediatamente", disse. Segundo ele, a 6.000 lojas da cidade ficaram fechadas ontem. Colaborou a Sucursal de Brasília Texto Anterior: Um terço da conta é imposto Próximo Texto: "Acionista minoritário deve recorrer à Justiça" Índice |
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