São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995 |
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Sacoleiros mantêm fechada ponte em Foz
FÁBIO ZANINI
Ontem, o tráfego de pessoas e veículos permaneceu bloqueado pelo segundo dia consecutivo. Segundo a Câmara de Comércio de Ciudad del Este, cerca de 15 mil pessoas participaram do protesto no lado paraguaio. O comércio na fronteira movimenta uma média de US$ 1 bilhão por mês, segundo a revista norte-americana "Forbes", especializada em assuntos econômicos. Sacoleiros, comerciantes, taxistas e até policiais paraguaios fecharam a ponte em Ciudad del Este em protesto contra a decisão do governo brasileiro de reduzir a cota de importação livre de impostos de US$ 250 para US$ 150. A Prefeitura de Foz do Iguaçu marcou para hoje, às 16h, reunião entre a bancada federal do Estado e representantes comerciais paraguaios para tentar uma solução. "Queremos que os deputados e senadores se comprometam a pressionar o governo federal para reverter essa medida e reabrir a ponte", disse Mohamed Darakat, secretário da Indústria e Comércio de Foz do Iguaçu. "Ciudad del Este funciona como uma indústria para o Brasil. Os produtos de sacoleiros chegam ao consumidor brasileiro 20% mais baratos e são comprados, na maioria, por pessoas de baixa renda", disse o secretário. Para o presidente da Câmara de Comércio de Ciudad del Este, Hussein Taijan, falta uma "demonstração de boa vontade" do governo brasileiro para reabrir o tráfego na ponte. "Se, na reunião de amanhã (hoje), houver compromisso dos parlamentares brasileiros de trabalhar para que a situação seja revertida, reabrimos a ponte imediatamente. Afinal, dependemos dela", disse. Segundo ele, os cerca de 6.000 estabelecimentos comerciais da cidade ficaram fechados ontem. A Polícia Militar de Foz do iguaçu informou que, na parte da manhã, cerca de mil pessoas permaneciam aguardando a abertura da ponte no lado brasileiro. À tarde, uma forte chuva reduziu esse número a menos de cem. Isenção A Secretaria da Receita Federal anunciou ontem que não vai rever o limite de isenção de R$ 150. Uma delegação diplomática paraguaia esteve no Ministério das Relações Exteriores negociando a volta do limite de R$ 250. Mas, segundo nota do Itamaraty, a nova cota fica mantida. Os dois países consideraram o contrabando como uma situação "grave e preocupante" e vão discutir o assunto nas próximas semanas. Colaborou a Sucursal de Brasília Texto Anterior: Pesquisa avalia hábitos do consumidor em SP Próximo Texto: Calçadistas dão férias coletivas em Rio Preto Índice |
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