São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Pés no chão

Seja como for avaliado o mérito das primeiras propostas de reforma no ensino estadual defendidas pelo governo, pelo menos já é possível destacar que, nesse como em qualquer outro projeto que atinge o interesse de uma ampla comunidade, não é recomendável que se o imponha por meio de decreto.
A forte reação negativa de boa parte do público-alvo contra as medidas já anunciadas pela Secretaria da Educação parece indicar que não bastam boas intenções.
Muitos pais estão denunciando os transtornos causados pela mudança de escola de seus filhos, devido à limitação do número de séries oferecidas nos prédios em que eles estavam matriculados. Educadores, por sua vez, lamentam, não sem razão, que o ensino de artes e educação física para alunos de 1ª a 4ª séries não seja mais ministrado por especialistas, mas por professores polivalentes.
Mesmo considerando que as inovações apresentam, em tese, aspectos positivos, tudo parece indicar que os responsáveis por alterações nas diretrizes educacionais têm agora pela frente não somente o desafio de defender e cumprir metas exequíveis, mas também o de gerir politicamente a natural diversidade de interesses entre os envolvidos no mundo da educação.

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