São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995 |
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Irmã de acusados diz que foi violentada
SERGIO TORRES
É daquela época a única foto conhecida dos irmãos. Tirada na delegacia de Nova Friburgo (151ª DP), a foto ilustra o cartaz de "procura-se" espalhado pela polícia em centenas de pontos dos municípios serranos. Ibrahin mede 1,70 m e é muito forte. Henrique é mais alto (1,80 m) e magro. Na delegacia, o caçula, aos 15 anos, assumiu os crimes, segundo a polícia. Ibrahin foi transferido para o Instituto Padre Severino (zona norte do Rio), que abriga menores infratores. Saiu de lá no ano passado, voltando à serra. Isentado de culpa, Henrique foi solto em 91. Para os moradores da região, com a volta de Ibrahin recomeçou o terror. Apesar de ser mais velho, Henrique é influenciado pelo caçula. A prova seria que no tempo em que Ibrahin esteve preso os crimes cessaram na região. Ibrahin e Henrique são analfabetos, criados em uma família desajustada, segundo depoimentos colhidos pelo coronel Celso Novaes, comandante do 11º Batalhão da PM, em Friburgo. O pai, Bráz de Oliveira, era alcoólatra. Morreu anos atrás. A mãe, Maria Luzia de Oliveira, é mendiga em Itaboraí (cidade a 45 km do Rio). Muito pobres, os Oliveira trabalhavam na lavoura. O barraco em que moravam foi queimado por pessoas revoltadas com os crimes. Em depoimento à polícia, Márcia de Oliveira, irmã dos acusados, conta que foi violentada várias vezes por Ibrahin e Henrique. Conta também que os pais os colocavam de castigo no mato durante três dias. Para o coronel, esse castigo obrigou os irmãos a aprenderem a viver no mato. "Esse aprendizado é útil agora, quando eles conseguem despistar os policiais que os procuram na selva." (ST) Texto Anterior: Irmãos respondem a 11 inquéritos Próximo Texto: Lavradora é jurada de morte por irmãos Índice |
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