São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995 |
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Rio dividido
NELSON DE SÁ
- Este é um grande momento para fazer o apelo para que a imprensa e a sociedade de um modo geral passem a confiar nas instituições. A libertação de dois reféns, um deles filho do presidente da federação das indústrias, foi em realidade mais um grande momento para sublinhar a divisão do Rio -e não apenas quanto ao crime organizado. O apelo do governador, ontem com os reféns, foi menos para a imprensa, menos para a sociedade de um modo geral, e muito mais para os líderes da Caminhada pela Paz. Quem duvidou das instituições, como disse o governador, dias antes, foi o pastor Caio Fábio, que não quer aceitar uma investigação das atividades de sua própria igreja pela polícia de Marcello Alencar. O governador quer investigar, não apenas a igreja de Caio Fábio, depois da descoberta de drogas numa unidade, mas também as organizações não-governamentais, ONGs, como a de Betinho, outro grande líder da passeata. A divisão é política, com Leonel Brizola no meio. Na libertação, a divisão também ficou ainda mais clara quanto à religião. Como sublinharam a Globo e a Manchete, um dos reféns rezou muito. "Os elos da corrente" com que eles estavam presos "eram usados como terço". O terço católico. Por outro lado, o segundo refém, quando voltou para casa, rezou com os pais e a família "uma missa", com direito ao padre católico. À distância, ouviam-se os cantos, "aleluia, aleluia, aleluia". Vaias - Nem Sivam, nem crise. Fernando Henrique Cardoso, como observou a Globo, quer distância. Ontem ele estava em Belo Horizonte. Nem Sivam, nem crise, "o presidente abriu um congresso de donas-de-casa". Foi vaiado por gente da CUT. Nada como voltar ao normal. Dúvidas Nova dúvida no caso Sivam, agora do próprio representante da Raytheon. Segundo a Rede Brasil, "ele não entende como conversa tão comprometedora foi mantida em sigilo durante 30 dias e só foi divulgada dias antes de terminar o contrato da empresa no projeto". Texto Anterior: Fiscalização é ampliada em SP Próximo Texto: Campanha de TV pede participação feminina Índice |
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