São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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Brasil ganha 12 milhões de doentes em 95

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 12 milhões de novos casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) surgiram ou surgirão no Brasil ao longo deste ano. A estimativa é da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estudos em vários países indicam que a presença de uma DST aumenta de quatro a 18 vezes as chances de uma pessoa adquirir ou pegar o vírus da Aids.
A OMS estimou o número de sífilis, gonorréia, clamídias e tricomonas, doenças curáveis transmissíveis através do sexo.
Segundo a organização, a América Latina e o Caribe terão 36 milhões de casos de DST em 1995. A América do Norte apresentará 14 milhões e o Sudeste Asiático 150 milhões. No mundo todo, serão 333 milhões de novos casos.
No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 70% das DSTs em homens são tratadas no balcão das farmácias. "Na maioria das vezes não são medicados corretamente e o farmacêutico não fala na uso do preservativo", diz a infectologista Maria Eugênia Lemos Fernandes, diretora da Family Health International no Brasil.
Apenas a sífilis congênita -transmitida de mãe para filho- é de notificação obrigatória no país. Levantamento do ministério estima que 3,5% das gestantes tratadas no serviço público tenham sífilis. "Essa porcentagem pode ser transportada para toda a população sexualmente ativa", diz Artur Kalichman, do programa DST-Aids da Secretaria da Saúde.
Significa que mais de 2 milhões de pessoas têm sífilis no país.
As DSTs são porta de entrada para o HIV por causa das microlesões que provocam e pelo fato de a infecção levar a um aumento dos glóbulos brancos, os linfócitos onde se aloja o vírus.

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