São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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BC compra dólares e Bolsa paulista sobe

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Bolsas em alta. BC (Banco Central) comprando dólar e o Tesouro vendendo títulos. Esse foi o retrato de ontem do mercado financeiro.
A Bolsa paulista fechou com alta de 4,68%. O volume negociado, de R$ 337,915 milhões, é o maior registrado desde 26 de outubro.
O aumento das tarifas, que melhorou as expectativas de lucratividade da empresa (das poucas com fundamento para subir de preço), explica o início do movimento altista. Mas ele foi ampliado.
Quem apostava na baixa das cotações ("vendidos" no mercado de opções) ficou assustado e "zerou" posições. Ou seja, comprou ações. O segredo do mercado é mesmo liquidez. Quando ela existe, a Bolsa sobe.
E dinheiro não falta ao mercado financeiro -o que não existe é confiança para emprestar.
Nos últimos três meses, em operações cambiais, gastos excessivos do Tesouro, redução de compulsórios e uso da linha de empréstimo para fusões (Nacional), ingressaram no mercado cerca de R$ 10 bilhões.
O BC procura controlar essa oferta excessiva vendendo títulos. Quando não é ele, é o Tesouro.
Ontem, o Tesouro vendeu LTNs que vão vencer em abril pela taxa-over de 3,59% (taxa efetiva de 10,32%) e NTNs corrigidas pela TR, por juros de 17,09%.
Por um problema de preço, o Tesouro não conseguiu vender os títulos cambiais. De qualquer maneira, captou cerca de R$ 830 milhões a mais do que o resgate dos títulos emitidos anteriormente.
Dinheiro que sai, dinheiro que entra. O BC foi obrigado a comprar dólares no comercial (exportações e importações). A cotação fechou o dia no "piso" da minibanda (R$ 0,9661 a venda).
O mercado do dólar-flutuante, ao contrário, ficou seco. O preço bateu no "teto" e só recuou com as vendas do Banco do Brasil.
A oferta de dólares nesse segmento diminuiu -já que o BC ameaçou com fiscalização os bancos que traziam dólares pelas contas de não-residentes (CC-5). A demanda, não. É final de ano.

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