São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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Inquérito vai até abril no Econômico

Até lá, banco deverá estar vendido

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central decidiu adiar deste mês para abril de 96 o prazo final do inquérito destinado a apurar eventuais irregularidades financeiras cometidas pelo Banco Econômico. Com isso, quando as investigações terminarem, o banco já deverá estar vendido e suas agências, reabertas.
Segundo as expectativas do BC, a venda do Econômico estará concluída até meados deste mês. O prazo deveria coincidir com o fim do inquérito aberto após a intervenção federal no banco, em 11 de agosto passado.
A Folha apurou que o adiamento das investigações foi pedido pela equipe encarregada das apurações, que argumenta junto à cúpula do BC estar sofrendo pressões de todos os lados.
Desde o início da intervenção, o caso Econômico é tratado como um problema político no governo, dada a amizade entre o controlador do banco, Ângelo Calmon de Sá, e o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), um dos principais aliados do presidente Fernando Henrique.
Um dos alvos do inquérito é a transferência de dinheiro para paraísos fiscais como as Ilhas Cayman, no Caribe. O BC investiga se a operação foi regular.
Também estão sendo examinados os saques de dinheiro feitos por sua diretoria às vésperas da intervenção. Segundo dados preliminares, foi sacado R$ 1,3 milhão -o próprio Calmon de Sá afirmou ter retirado R$ 10 mil.

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