São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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Economistas consideram medidas insuficientes

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Economistas ouvidos pela Folha consideram "necessárias" as medidas adotadas pelo governo para reduzir as restrições ao crédito. Mas existem divergências sobre os seus efeitos a curto prazo.
Eduardo Giannetti da Fonseca, professor de economia da USP, diz que as medidas estão na direção certa, mas terão efeito limitado por causa da alta taxa de juros.
"Não acredito que elas provoquem uma corrida às compras neste Natal." Ele critica a mudança constante nas regras do jogo. "Não dá para ficar mudando regras de consórcio, cartão de crédito e financiamento a toda hora".
Para Luiz Gonzaga Belluzzo, professor de economia da Unicamp, as medidas são corretas, mas tímidas. "Vai levar algum tempo para fazer efeito." Ele diz que o racionamento de crédito para empresas ainda é muito grande.
Belluzzo diz que seria fundamental que o Banco Central fosse "mais ousado" e sinalizasse uma redução mais forte nos juros.
Paulo Nogueira Batista Jr., professor da Fundação Getúlio Vargas, diz que as medidas, definidas por ele como "significativas", tentam corrigir um erro de avaliação da equipe econômica. "A flexibilização gradual do crédito que vinha sendo praticada nos últimos meses se mostrou insuficiente."
Marcos Cintra, professor de economia da FGV, define as medidas como "nitidamente de curto prazo". Segundo ele, é a continuação da política de "stop and go" do governo. Para Cintra, essa "sintonia fina" acaba sendo necessária por causa da ausência das reformas estruturais.
Para o economista Roberto Macedo, atual presidente da Eletros, as medidas tomadas não terão grande efeito imediato sobre a economia. "A criação de novos grupos de consórcio leva pelo menos três meses para ter efeito. E muitas lojas já estavam oferecendo prazos de pagamento superiores a seis meses", diz Macedo.

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