São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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Aumento de energia é maior em São Paulo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento das contas de luz em São Paulo, em vigor desde ontem, é até 5,8 pontos percentuais maior do que o autorizado há um mês pelos ministérios da Fazenda e Minas e Energia.
Uma portaria do Dnaee (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica) ampliou o aumento das tarifas de energia elétrica da Cesp, Eletropaulo e CPFL.
"A tarifa anterior era insuficiente para que essas companhias renegociassem os seus débitos com o sistema Eletrobrás", disse o diretor do Dnaee José Said de Brito.
O maior percentual de aumento -de 100,27%- é para os clientes que consomem até 30 quilowatts/hora por mês (kWh/mês). Essa conta, hoje de R$ 0,66, passa para R$ 1,32.
Também foi ampliado o aumento dos consumidores comerciais e industriais. Na Eletropaulo, o aumento é de 26,18% (antes, seria de 23,84%); na CPFL, é de 11,08% (seria de 8,79%).
O índice da Cesp, de 20,48%, permanece inalterado.
O aumento das tarifas da Eletropaulo está sendo dividido em duas vezes.
Metade entrou em vigor ontem e o resto só vai valer dentro de 45 dias.
Os clientes da Cesp e CPFL já estão pagando o aumento integral desde ontem, segundo a portaria do Dnaee.
Acordo
Os percentuais de aumento haviam sido anunciados no dia 3 de novembro pelo governo federal. Mas, para colocá-los em prática, as três concessionárias deveriam fechar um acordo sobre uma dívida de R$ 2,3 bilhões com a Eletrobrás.
O acordo foi fechado na semana passada e prevê o parcelamento de R$ 500 milhões da dívida com a Eletrobrás.
Além disso, a Cesp tem prazo de um ano para vender bens para pagar R$ 1,8 bilhão em atraso, referente à energia comprada de Furnas.
Para assinar o acordo, entretanto, as empresas exigiram o aumento de 3% na tarifa básica de energia residencial.
Assim, as empresas de São Paulo são as únicas que tiveram aumento nesse tipo de tarifa.
Para as concessionárias de energia elétrica de outros Estados, foi autorizada apenas a redução de subsídios.
A sobreposição do aumento da tarifa básica com a redução dos subsídios provoca aumentos maiores para os consumidores de São Paulo.

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