São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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Cabralzinho elege truques

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Malandragens psicológicas. É com elas que o técnico Cabralzinho diz ter levado o Santos à condição de única equipe paulista com chances de chegar às semifinais do Brasileiro.
Os truques: falar baixo para ser ouvido, ensinar os jogadores a se comportar diante da imprensa e da torcida e dar tratamento igual a todos os atletas.

Agência Folha - O Santos tem pinta de campeão?
Cabralzinho - Costumo escrever uma frase no quadro do vestiário antes dos jogos que diz "pode quem pensa que pode". Acredito que o Santos pode ser campeão. Mas ainda falta um degrau. Falta o Guarani para o Santos terminar de subir a escada da classificação.
Agência Folha - Na sua estréia, você foi vaiado. Contra o Bragantino, deixou a Vila sob escolta policial. Em diversos jogos, foi xingado de burro. Como você analisa isso?
Cabralzinho - Isso é passado. Sempre disse que o Santos, um time ainda em formação, tem um futuro enorme. A média de idade é de 22 anos.
Agência Folha - A responsabilidade de disputar uma final não pode ser um fator de desequilíbrio para esse time jovem?
Cabralzinho - Não tenha dúvida. Por isso, reúno sempre os jogadores para dinâmicas de grupo, orientando como se portar perante a imprensa e a torcida.
Agência Folha - Seu papel é o de um psicólogo?
Cabralzinho - Aprendi diversas malandragens psicológicas. Não grito, falo baixo. Gosto de conversar, de me fazer ouvir. Quando cheguei, encontrei a equipe abatida psicologicamente. Hoje, o ambiente é uma alegria só. São todos iguais. Não tem rei nem príncipe.
Agência Folha - O que mudou no Santos da época em que você assumiu o time para o atual momento?
Cabralzinho - Acho que faltava comando. Os próprios jogadores comentaram isso comigo. Faltava alguém que determinasse hora para isso, hora para aquilo. Não sou um ditador. Só gosto das coisas nos seus lugares.

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