São Paulo, sábado, 2 de dezembro de 1995
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Delegado mantém a versão

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O diretor da PF, Vicente Chelotti, afirmou ontem à noite, em Porto Alegre, que o setor da PF que recebeu a denúncia anônima contra o embaixador Júlio César Gomes Santos não possuía mesmo o Bina.
"Por incrível que pareça, aquele setor não tinha Bina", disse Chelotti. Ele declarou que não faz parte do trabalho-padrão da PF o uso de Bina. "A gente não tem esses equipamentos em todos os locais. No CDO -Centro de Operações (que recebeu a denúncia)-, não tem Bina".
Chelotti disse "desconhecer" eventuais gravações de diálogos envolvendo o presidente Fernando Henrique Cardoso. "Desconheço qualquer conversa gravada entre o presidente e o embaixador. Nenhuma conversa dessa natureza me foi passada", afirmou.
Ele disse que a PF fez um trabalho "limpo, correto, legal, autorizado pelo Judiciário". Sobre a argumentação do embaixador Júlio César de que as fitas teriam sido editadas, Chelotti disse que "ele pode se defender da forma como quiser, todo o material foi entregue ao ministro (Nelson Jobim)."
O diretor da PF disse que todo o material da escuta telefônica e as notícias da imprensa sobre o caso foram remetidas à Corregedoria Central Judiciária. "A Corregedoria examinará se há indícios para a instauração de um inquérito." Ele abriu, às 20h30, os Jogos Olímpicos da Polícia Federal.

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