São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995
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Trabalho escravo aumenta

DA REPORTAGEM LOCAL

O relatório da Human Rights cita entre os casos mais graves de violação de direitos humanos no Brasil o trabalho escravo. Segundo a entidade, esses casos vêm aumentando desde 1991.
No ano passado, segundo a Human Rights, houve 28 denúncias de trabalho escravo, envolvendo 25.193 trabalhadores. Em 93, foram 29 casos, com 19.940 vítimas.
Outro caso grave, segundo a Human Rights, é o aumento da violência policial contra civis. Diz que a PM do Rio matou 191 pessoas entre janeiro e julho deste ano. O Rio não tem dados sobre assassinatos em anos anteriores.
Mas os 191 casos de 95 são significativos se comparados até mesmo aos 336 mortos da PM paulista. A população de São Paulo, de 32,6 milhões de habitantes, é mais que o dobro dos 12,7 milhões de habitantes do Rio.
Se comparadas a outros países, as mortes das PMs de São Paulo e Rio são ainda mais significativas. Nova York, cidade conhecida pela violência de suas gangues, a média de assassinato da polícia local é de 30 por ano.
O relatório cita também casos de violência policial no Pará, Alagoas, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.
A Human Rights inclui entre os casos mais graves de 95 a chacina de Corumbiara (RO), em agosto, na qual morreram 12 pessoas, entre elas uma menina de sete anos.
Outro caso citado foi o fuzilamento por um oficial da PM do Rio de um suspeito de roubo, em março, em um shopping center.
Cita ainda a invasão pela polícia do Rio, em maio, da favela Nova Brasília. Morreram 13 pessoas. A polícia colocou os mortos em um caminhão de lixo. Diz que o governador Marcello Alencar (PSDB) elogiou a operação.
A Human Rights culpa a Justiça Militar pela impunidade de PMs acusados de assassinatos e responsabiliza o Judiciário por condenar ativistas de direitos humanos, como o padre Júlio Lancellotti, de São Paulo. Diz haver ameaças de morte contra outros ativistas.

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