São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
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Aulas de recuperação atrapalham férias

CÉLIA ALMUDENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a maioria dos estudantes está preparando as malas para sair de férias, outros ainda têm de amargar algumas semanas extras de aula.
Isso porque ainda não conseguiram passar de ano e têm de assistir aulas de recuperação, a última chance de não repetirem a série. As desculpas para ter chegado nesse limite são variadas.
"Só comecei a estudar no último bimestre. Aí já era tarde", diz Luis Fernando Yoshimoto, 15, do Colégio Bandeirantes, de recuperação em português.
"No terceiro bimestre estava precisando de nota em português e matemática. Acabei estudando mais essas matérias, que para mim são mais difíceis. Resultado: fiquei de recuperação de desenho geométrico", conta Leonardo Nicolini Cunha, 15, também da 8ª série do Bandeirantes.
Agora, para quem caiu nessa roubada, o ideal é seguir as orientações dos professores (veja texto e quadro abaixo) e aproveitar essa última oportunidade.
"Não adianta só assistir as aulas. Você tem de se esforçar em casa. Estou seguindo o roteiro dos professores direitinho", diz Rogério Alves Gomes, 14, de recuperação em português e matemática, no Bandeirantes.
Como outros colegas, ele acabou atrapalhando as férias da família toda. Rogério inclusive está tendo de aguentar a "pagação" dos irmãos mais velhos.
Mas a recuperação fica ainda pior quando o estudante está, além de tudo, prestando vestibular. E, acredite, não são poucos os casos.
Fabrício Zanferrari Rocha, 17, está se dividindo entre os vestibulares da Fuvest e da Fundação Getúlio Vargas e as aulas de recuperação em história.
"Já perdi os vestibulares da Faap e da PUC por causa da recuperação. Mas agora o mais importante é mesmo passar de ano", diz Fabrício.
Vanessa Lima de Castro, aluna do Augusto Laranja concorda. "Primeiro preciso passar de ano, depois vêm os vestibulares." Ela está prestando para administração, jornalismo e direito, mas ainda está enrolada com as recuperações em geometria e física.
"Poderia ter estudado mais durante o ano. Agora, tudo está corrido. Saio de um vestibular direto para a recuperação", diz.
(CA)

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