São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 1995
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Pasta rosa é coisa do passado, diz FHC

MARTA SALOMON
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI

O presidente Fernando Henrique Cardoso classificou ontem de "rotineira" a prática revelada pela pasta rosa, que contém registros das doações do Banco Econômico para a campanha eleitoral de 1990.
"Evidentemente, vários outros setores contribuíram para a campanha de muita gente", afirmou. "Isso é coisa do passado: nada tem a ver com o meu governo, nem pode levar a fazer juízo de valor contra as pessoas", disse.
A declaração de FHC, feita poucas horas após um telefonema ao presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), visava conter o estrago que o vazamento da pasta rosa produziu entre os aliados do governo. Ele também negou que pretenda fazer qualquer mudança no ministério.
"Estas questões levantadas não afetam em nada nada mesmo o nosso relacionamento, nem o meu conceito sobre Luís Eduardo", disse FHC, afirmando que ele próprio recebeu contribuições do Banco Econômico durante a campanha à Presidência, em 1994.
FHC declarou que, embora as empresas não estivessem autorizadas a financiar as campanhas em 1990, não há qualquer tipo de penalidade para quem doou ou recebeu dinheiro. "Pela lei, não há penalidades para isso", disse.
O presidente quer que o caso da pasta rosa se encerre com a punição do responsável pelo vazamento das informações que estavam sob a guarda do BC (Banco Central). "Este vazamento tem de ser apurado porque o Estado tem de ter responsabilidade", insistiu.
FHC aguarda que o BC termine logo a apuração: "Se for o caso de demissão, teremos demissão; se for o caso de punição administrativa, teremos punição administrativa. E o caso se encerra nisso".

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