São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995 |
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Vereador ligado aos sem-terra é assassinado
WAGNER OLIVEIRA
Ribeiro tinha atuação junto aos lavradores sem-terra e colaborou com o movimento de invasão da fazenda Santa Elina. Na desocupação da área pela Polícia Militar, em 9 de agosto último, 12 pessoas morreram em conflito (dez sem-terra e dois policiais). O governador de Rondônia, Valdir Raupp Matos (PMDB), disse que o crime pode ter conotação política. "Ainda é cedo para afirmar, mas provavelmente o crime está relacionado à política regional ou a conflito agrário", afirmou. O vereador foi assassinado quando colocava sua moto para dentro de casa. Ele estava com a mulher, Edilena, após participar de uma festa de casamento, e foi surpreendido por três homens que estavam em seu quintal. Segundo o irmão da vítima, Sebastião Ribeiro, Edilena afirmou que dois dos três homens atiraram simultaneamente contra Nelinho e fugiram em seguida. O médico Newton Pandolpho, que acompanhou a necrópsia realizada ontem no hospital de Vilhena (RO), disse que o vereador levou três tiros, que atingiram braços, pescoço e barriga. Ele não soube precisar o calibre das armas. "Deve ter sido arma de grosso calibre, pois um dos tiros entrou pelo braço esquerdo na altura do cotovelo, atravessou a barriga e foi sair no outro braço", afirmou. O irmão do vereador disse que um vizinho ouviu os tiros e ainda tentou socorrer Nelinho, que morreu minutos depois dos disparos. O secretário estadual do PT em Rondônia, Tácito Pereira do Santos, disse que o vereador vinha recebendo ameaças anônimas de morte. Para ele, a morte de Ribeiro está ligada à atuação do vereador junto aos sem-terra. Santos afirmou que, provavelmente o crime tenha sido praticado a mando de fazendeiros. O secretário de Segurança Pública, Vanderley Mosini, também foi de Porto Velho para Corumbiara ontem acompanhar o caso. Texto Anterior: Banco dá prejuízo sem ganho inflacionário Próximo Texto: PT responsabiliza Jobim Índice |
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