São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995 |
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D. Eugênio é contrário à entrega de seringas
SERGIO TORRES
Para ele, a distribuição servirá como estímulo ao consumo de drogas. "Distribuir seringas é estimular o uso de drogas, um dos veículos de difusão do HIV (vírus da Aids)", disse d. Eugenio, 75, em mensagem transmitida pela assessoria de imprensa da Arquidiocese. O arcebispo apresentou alternativas ao projeto do Ministério da Saúde e do Nepad (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas) da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). "Em vez de seringas, centros de recuperação de viciados", sugeriu o cardeal. O secretário de Segurança Pública do Rio, general da reserva Nilton Cerqueira, também se manifestou contra a distribuição de seringas e agulhas. "Minha inquietação é a repercussão que isso vai ter sobre os adolescentes e as crianças. Como é que vai ser essa distribuição? Será proibida aos menores de 18 anos? Ou será ampla e irrestrita, como querem alguns?", perguntou o general. Se o projeto for implantado, poderá ocorrer "a destruição da família", previu Cerqueira. "Nós vamos ensinar aos nossos filhos e netos a se suicidarem lentamente?", questionou. O chefe de Polícia Civil, delegado Hélio Luz, 49, disse que a polícia não deverá acompanhar a distribuição das seringas. Luz disse não ter sido comunicado do projeto, mas que, a princípio, não tem nada contra a sua realização. "Vejo pelo lado da prevenção. Tudo que é pela prevenção da Aids eu sou a favor. O problema é a distribuição. Tem que ver como vai ser feito isso", afirmou o delegado. (ST) Texto Anterior: EUA ajudam usuário carioca Próximo Texto: Unesp testa veneno de cobra no tratamento de câncer Índice |
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