São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995
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"Bati mesmo e não me arrependo"

DA REPORTAGEM LOCAL

O ciúme de ver um ex-namorado acompanhado levou a estudante A.S., 18, atendida no ambulatório de ginecologia de adolescentes do HC, a cometer um crime, há três anos.
Ela e uma turma de amigas, espancaram a nova namorada de seu ex. A garota estava grávida de dois meses e perdeu a criança.
A. S. diz que não se arrepende. "Eu bati mesmo. Ele tinha me obrigado a fazer um aborto. Se eu não pude ter um filho dele, ela também não podia. Eu não me arrependo", diz.
Hoje A. S. M. casou e diz que não é mais ciumenta. Mas é uma vítima dos ciúmes do marido. "Ele diz que me mata se eu deixá-lo. Tenho muito medo."
Antes de casar, ela já sabia da agressividade do marido. "Mas achei que ele ia mudar", diz. V.L, 18, também já foi ameaçada de morte por um namorado. "Eu terminei e ele não se conformou. Falava que me mataria e se suicidaria depois", diz.
Ela conta que não sentia medo. "Eu sabia que ele não estava falando sério", diz.
Segundo a médica Albertina Duarte, uma pessoa, quando ameaçada, deve se proteger.
"Essa história de que quem não ameaça não faz é mentira. A ameaça é um fator de alerta grave, que mostra que o jovem tem problemas", diz.

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