São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995
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Bingo!

Numa manobra para esvaziar a CPI dos Bingos que pretendia quebrar seu sigilo telefônico, o deputado federal Marquinho Chedid (PSD-SP) ao mesmo tempo em que evitou a abertura de suas contas telefônicas tornou mais sólidas as acusações que pesam contra ele.
Quem não deve não teme e, se o parlamentar é de fato inocente da suspeita de que cobrou propinas para proteger casas de bingo na CPI, então deveria ter sido o primeiro a querer abrir suas contas e provar de vez a sua inocência. Como não o fez, fica a sempre incômoda sensação de que seus acusadores estão certos.
Cabe agora ao corregedor da Câmara, Beto Mansur (PPB-SP), pedir à Justiça que quebre o sigilo de Chedid e de todos os demais deputados e suplentes que não se dispuseram a fazê-lo por conta própria.
A exigência de transparência nos atos dos membros das duas Casas do Legislativo é um imperativo para o bom funcionamento das instituições democráticas. O Parlamento é o pilar da representação popular e, se deseja recuperar um pouco de sua combalida imagem, não pode deixar de punir com rigor os atos condenáveis de seus políticos.

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