São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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Eduardo Jorge sofre um problema renal

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Não bastassem os desgastes políticos acumulados com os casos do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) e da pasta cor-de-rosa, o Palácio do Planalto foi atacado ontem por mais uma crise: a renal.
Depois de uma madrugada de dores por causa de uma pedra no rim, o secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas Pereira, 53, se internou ontem à tarde para tentar acabar em definitivo com o sofrimento.
A cirurgia, sem uma gota de sangue, não durou mais de 20 minutos.
O médico localizou a pedra do rim por um monitor de vídeo e, com um aparelho que emite o ultrassom, implodiu o cálculo renal.
O ultrassom fragmenta a pedra. As partículas acabam expelidas pela urina.
Eduardo Jorge não sentiu dor e foi para casa logo depois. Fica mais uma noite de molho, mas hoje já retoma suas atividades no palácio.
Adiando há meses a decisão de se submeter à "operação", ele foi praticamente obrigado pela mulher, Lídice, a marcar hora com o médico Eraldo Pinto.
Os assessores que deveriam acompanhá-lo ao hospital Santa Lúcia acabaram se atrapalhando com a agenda do secretário.
Como não foi trabalhar ontem, os compromissos de Eduardo Jorge tiveram que ser reorganizados. Uma lista de parlamentares teve suas audiências adiadas para o final desta semana.
Velho problema
Ele acabou indo sozinho para o hospital. A crise nos rins é antiga. Em 1981, ele sofreu uma longa cirurgia que o deixou longe do trabalho por quase uma semana, o que para ele, conhecido "workaholic", foi torturante.
Segundo os amigos mais próximos, Eduardo Jorge sente dores periódicas e nunca respeitou a dieta alimentar recomendada pelo médico para evitar complicações em sua saúde.
Na Malásia, seu amigo, o presidente Fernando Henrique Cardoso, seria avisado por seu vice-presidente, interino na Presidência, Marco Maciel, da crise renal de seu subordinado.

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