São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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Pastor nega ligação de fundação com droga

DA SUCURSAL DO RIO

O pastor evangélico Caio Fábio, responsável pelo projeto social da Fábrica de Esperança, levantou a hipótese de a apreensão no local de 2.077 papelotes de cocaína, em 23 de novembro, ter sido escondida ou "plantada" por traficantes em fuga ou por policiais militares.
Ontem, durante as comemorações de um ano de fundação da fábrica, que fica ao lado da favela de Acari, na zona norte do Rio, Caio Fábio anunciou o resultado da sindicância interna determinada após a apreensão da droga.
O pastor divulgou resumo da sindicância. No texto, é dito que não se evidenciou "o envolvimento de qualquer funcionário ou pessoa ligada à Fábrica de Esperança no depósito de drogas apreendidas dentro de suas dependências".
Caio Fábio disse que são necessários fatos para se concluir "com seriedade", mas que há duas hipóteses a serem consideradas: a droga ter sido plantada ou escondida por traficantes que fugiam da polícia ou pela própria polícia.
Para o advogado da fábrica, Ernan Andrada, 52, duas cartas anônimas enviadas para Caio Fábio -uma delas com papel timbrado do 9º BPM (Batalhão de Polícia Militar)- reforçam as suspeitas de que a droga foi plantada.
As cartas -entregues ao MP (Ministério Público)- seriam de dois policiais do batalhão inconformados com a história da apreensão. "A carta diz que esse negócio (cocaína) já estava com a PM havia 15 dias", diz Andrada.
O delegado titular da 40ª DP (Delegacia de Polícia), Mário Azevedo, que enviou o inquérito sobre a apreensão à Justiça, não concorda com a versão da direção da fábrica. Para ele, "alguém da segurança" tinha envolvimento com o crime.
Em função do número elevado de funcionários da fábrica (186), Azevedo disse achar "difícil apurar as responsabilidades" e não acreditar nas hipóteses do pastor.

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