São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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Loyola pretende deixar o cargo e o Brasil

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A diretoria do Banco Central espera apenas a volta do presidente Fernando Henrique Cardoso de sua viagem ao exterior para decidir por quanto tempo permanecerá no governo.
Comenta-se que o presidente do banco, Gustavo Loyola, pode deixar o BC em janeiro.
Ele não deverá voltar ao sistema financeiro quando sair do BC. Ele pretende deixar o Brasil e já recebeu convites para consultorias técnicas em entidades como a ONU (Organização das Nações Unidas), FMI (Fundo Monetário Internacional) e Banco Mundial.
Loyola continua disposto a não aceitar a saída do diretor de Normas, Cláudio Mauch, como uma resposta aos apelos do PFL baiano. A maioria dos diretores pretende deixar o governo em pedido de demissão conjunto.
Dissidentes
Os dissidentes poderiam ser Gustavo Franco, diretor de Assuntos Internacionais, e Francisco Lopes, diretor de Política Econômica, amigos de Malan e FHC.
O presidente do BC tem comentando com assessores o seu descontentamento com a falta de apoio político dos líderes do governo no Congresso e do ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Enquanto persiste a indefinição, a dança de nomes para ocupar cargos no BC já está em andamento. O cargo de diretor de Fiscalização poderá ser ocupado por Luiz Fernando Wellisch.
Atualmente, ele é secretário de Coordenação e Controle das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento.
Wellisch foi convidado antes da atual crise e precisa somente da liberação do ministro José Serra (Planejamento) para assumir o cargo, conforme apurou a Folha.
A bancada baiana no Congresso quer a demissão de Mauch, que atualmente acumula a diretoria de Fiscalização com a de Normas, porque suspeita que ele pode ter vazado o conteúdo da pasta rosa.
Mauch assumiu a diretoria de Fiscalização porque seu antecessor, Edson Sabino, se aposentou e o BC não conseguiu um substituto.
Na hipótese de mudança na diretoria do BC, Franco está cotado para ocupar o lugar de secretário-executivo do Ministério da Fazenda. O atual secretário, Pedro Parente, pode ocupar a direção do BC com a saída de Loyola.
Segundo avaliação obtida pela Folha, Parente conhece o sistema financeiro nacional, a política monetária e cambial e é amigo de Malan e de José Roberto Mendonça de Barros, secretário de Política Econômica. Francisco Lopes seria deslocado para outro cargo dentro do governo, ainda sem definição.
Ontem o BC divulgou uma nota à imprensa negando que a diretoria do banco esteja demissionária.

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