São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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Malan pede que diretoria fique

GUSTAVO PATÚ
SÔNIA MOSSRI

GUSTAVO PATÚ; SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com um jantar na noite de anteontem, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, trabalhou para convencer a diretoria do Banco Central a não precipitar nenhum pedido de demissão.
Em volta de uma mesa de canto no restaurante Francisco, na Asa Sul, às 22h, sentou-se um grupo que chamou a atenção dos demais fregueses: Malan, o presidente do BC, Gustavo Loyola, e todos os diretores, com exceção de Gustavo Franco -coincidência ou não, o único cuja permanência no governo é tida como provável.
Malan e Loyola chegavam de um reunião no Palácio do Planalto com o ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho.
O encontro ocorre todas as segundas-feiras -"falha menos que missa", segundo Loyola brincou depois, no jantar.
Foi deflagrada no governo uma operação dupla: Malan cuida de apaziguar os ânimos no BC, especialmente do diretor Cláudio Mauch.
O primeiro resultado do jantar apareceu na manhã de ontem, quando o BC divulgou nota oficial para negar que a diretoria esteja demissionária.
As notícias a respeito foram atribuídas a tentativas de tumultuar o mercado financeiro.
Já Clóvis Carvalho chamou de "ficção" as informações de que Loyola estaria disposto a deixar o cargo. Chamou ainda de "fofocas" as notícias de reforma ministerial.
"Tem que perguntar para o jornal (que publicou notícias sobre a saída de Loyola). Fazer ficção (o jornal) está sempre pronto. Não há novidade", disse Clóvis. "Desconheço pressões. Não as vejo, de jeito nenhum", completou.
Todo esse esforço não significa que os diretores vão permanecer em seus cargos. Mudanças no BC são consideradas inevitáveis, e a iniciativa partirá dos próprios diretores, que não escondem mais de ninguém a irritação com seus superiores.
Loyola prefere não comentar o caso. Disse que não era assunto para a véspera de Natal.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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