São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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Brindeiro pede inquérito sobre pasta

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, determinou ontem à PF (Polícia Federal) abertura de inquérito para apurar indícios de crimes fiscais, financeiros e de falsidade ideológica encontrados na pasta cor-de-rosa do Banco Econômico.
Ao entregar ontem o original da pasta ao diretor da PF, Vicente Chelotti, Brindeiro disse ter constatado nos originais da pasta a existência de notas fiscais "frias" e de cheques destinados a pessoas suspeitas de serem "fantasmas".
Brindeiro afirmou que oferecerá denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) se for constatado o envolvimento nesses crimes de deputados federais, senadores, governadores e ministros de Estado.
No entanto, ele voltou a descartar a ocorrência de crime eleitoral no caso, pela inexistência de legislação específica. Na época, segundo Brindeiro, a legislação não enquadrava as doações não-declaradas como crime eleitoral.
Brindeiro afirmou que caberá aos procuradores dos Estados processar ex-dirigentes do Econômico e das empresas responsáveis pela emissão de notas fiscais frias contidas na pasta cor-de-rosa.
O diretor da PF afirmou à Folha que as gráficas Dênis (SP) e Itacuruba (BA), cujas notas fiscais estão na pasta, são também citadas em inquéritos que apuraram o esquema montado no governo Collor (1990-92) pelo empresário Paulo César Farias. Essas empresas, disse, desapareceram antes de 1990.
Por causa da coincidência dos casos, Chelotti pretende designar um delegado envolvido na apuração do caso PC para presidir o inquérito da pasta cor-de-rosa.
Não há prazo para a conclusão do inquérito. Chelotti prevê que, devido à complexidade do caso e do grande número de envolvidos, é possível que a PF precise instaurar diversos inquéritos.

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