São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reação revela o presidenciável

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Luís Eduardo Magalhães que está abrindo fogo contra o presidente e seu governo não é o presidente da Câmara, mas duas outras figuras reunidas em um só personagem: o político dito moderno e o presidenciável de 1998.
Só assim se explica por que o habitualmente moderado LEM tornou-se muito mais agressivo, no caso pasta rosa, do que seu pai, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), cuja truculência já lhe valeu o apelido de "Toninho Malvadeza".
Ocorre que, contra ACM, não há mais acusação alguma que possa ser feita e o prejudique eleitoralmente. Sua imagem pública é o que é, para o bem ou para o mal, e não vai mudar um milímetro por se suspeitar que recebeu financiamento, então ilegal, do Econômico.
Já LEM vem construindo sistematicamente uma imagem diferente. Não é considerado "malvado" nem mesmo pelo PT -ou, ao menos, pela ala moderada do partido.
"Moderno", em vez de "malvadeza", é a qualificação que ele cultiva. E, nas regras não escritas da política, não é "moderno" receber contribuições de um banco, mesmo que tanto "modernos" como "antigos" recebam, sabidamente, contribuições empresariais, nem sempre legais.
Luís Eduardo não pode se ver nivelado ao pai no noticiário. Sua carreira política depende, em boa medida, de diferenciar-se do modelo caciquista e supostamente "antigo".
Afinal, a sabedoria convencional diz que só políticos tidos como "modernos" -o que inclui não ter cadáveres escondidos em algum armário, como a pasta rosa- terão chances de verdade na eleição presidencial.

Texto Anterior: Deputado dedica 'Apesar de Você' a Fernando Henrique
Próximo Texto: Presidente elogiou a "garra" do nordestino no programa de rádio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.