São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995 |
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Aeronáutica pagou serviços
LUCAS FIGUEIREDO; RAQUEL ULHÔA
Segundo notas fiscais apreendidas pelo TCU, a Esca contratou outra empresa para fazer traduções de reportagens publicadas em jornais e revistas. O trabalho foi encomendado pela Raytheon, mas pago pela Aeronáutica. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) apresentou ontem cópias de três notas fiscais no valor total de R$ 3.780 da empresa GWA Comunicação Integrada referentes a serviços de "comunicação empresarial durante o mês de novembro/94 para a Raytheon Company". Segundo o tribunal, o serviço foi pago pela Aeronáutica: "Foram reembolsados à Esca gastos que disseram respeito tão somente aos interesses da contratada ou de terceiros, razão porque implicaram dano ao erário". O TCU cita outros reembolsos feitos à Esca de modo irregular: serviços de consultoria no mercado de capitais; assessoria em comércio exterior; serviços advocatícios de interesse da Esca; serviços publicitários e levantamento de informações sobre o Orçamento da União. Gabeira disse que as notas podem ser "frias", pois muitas delas foram emitidas praticamente em série, mas em datas diferentes. "O Sivam está morto e sepultado, mas é preciso fazer uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar como os ministérios militares estão gastando dinheiro", declarou o deputado. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) entrou ontem com requerimento para que o TCU faça auditoria na Aeronáutica. Segundo ele, o tribunal investigou somente a relação do ministério com a Esca. A auditoria do TCU levanta suspeitas em contrato que a Aeronáutica manteve com a Esca durante 14 anos (de 1981 a maio de 1995). Nesse período, o acordo comercial recebeu adendos sem que houvesse licitação pública. (Lucas Figueiredo e Raquel Ulhôa) Texto Anterior: Comissão dos desaparecidos é nomeada Próximo Texto: Calmon divulga nota e ACM volta ao ataque Índice |
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