São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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Bolsa paulista fecha em baixa de 0,51%

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa paulista fechou em baixa de 0,51%. O volume negociado foi modesto: R$ 153,763 milhões.
O mercado teve de mastigar o fracasso do vencimento das opções (compra ou venda antecipada de ações por preços predeterminados) do dia anterior.
Há duas semanas, sem pasta rosa, o mercado apostava no exercício de Telebrás a R$ 48,00. Depois, passou a apostar no exercício de Telebrás a R$ 44,00. Não deu nem uma nem outra.
Quando a Bolsa fechou, o Federal Reserve (banco central dos EUA) ainda não tinha cortado os juros.
Também lá ocorreram idas e vindas. Há duas semanas, o mercado apostava em um corte de meio ponto. Foi retomada a crise entre o governo e o Congresso, os serviços públicos ficaram paralisados e a certeza se desfez. A queda veio, mais modesta, mas ainda assim pode animar o mercado.
Aqui, Telebrás fechou cotada a R$ 42,10. Em Nova York, após o corte dos juros, já era negociada a R$ 43,30.
O fato é que o mercado acionário ainda deve uma correção técnica. De outubro de 94 para cá, a Bolsa caiu 48,75% sobre o juro cobrado no Brasil.
A queda dos juros nos EUA encontra a Bolsa paulista dividida. Alguns analistas não apostam em grandes novidades nos próximos 30 ou 60 dias -com os escândalos Sivam e da pasta rosa sendo levados com a barriga. Sem notícias novas, apostam, o mercado anda de lado.
Outros acreditam que o pior da crise política já passou -entramos na fase do rescaldo. Logo, com a Bolsa barata, é hora de comprar ações e refazer posições. O rescaldo da crise política passa, dizem os analistas, pelo BC.
Ontem, o dito emprestou dinheiro no over, vendeu BBCs pela taxa-over de 3,72% e, por duas vezes, vendeu dólar no mercado flutuante (segmento do dólar-turismo) a R$ 0,971. Numa palavra, o BC manteve sua política natalina.
O mercado de câmbio, com volumes baixos, já está em clima de festa. Parado. Nos juros, a única novidade esperada é a taxa de abertura no over para janeiro.
Há quem aposte que o juro cai mais fortemente no início do ano para depois, em fevereiro, seguir reto -aproveitando-se do calendário.

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