São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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Juliette Lewis e Brad Pitt fazem novelão

MARCEL PLASSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em "Dias de Violência", Juliette Lewis não interpreta um personagem, mas uma estatística. Estuprada pelo padrasto aos 13 anos, abandonada pela mãe aos 14 e prostituída aos 15, ela incorpora dados dos relatórios mais comuns sobre a delinquência de menores.
Feito para a TV, "Dias de Violência" é um novelão. Faz parte da tendência popularesca da TV dos EUA. De O.J. Simpson a Amy Fisher (homicida juvenil, que na tela foi vivida por Drew Barrymore), o que não faltam nas videolocadoras são lançamentos inspirados na "vida real" americana.
David Byrne chegou a tirar uma da mania sensacionalista com seu filme "Histórias Reais". Mas produções como "Dias de Violência" também se tornam engraçadas por sua pretensa seriedade. É tanto clichê que é impossível levar a sério.
O tema dos adolescentes no corredor da morte mereceu reportagem especial na revista "Rolling Stone" no mês passado. A lei americana permite que menores de 16 anos sejam condenados à morte. E há dezenas, nas cadeias, à espera da cadeira elétrica. Só que a polêmica fica banal no filme.
Juliette Lewis faz o exemplo de vítima da sociedade. Sua história é acadêmica: dos problemas familiares ao homicídio infantil.
A ninfeta do mal tem incentivo de Brad Pitt para "se perder". Cafetão de jaqueta de couro, viciado em heroína, seboso e barbudo, o galã nunca esteve tão caído.
Mas não há elenco famoso que dê a um raso relatório oficial a aparência de um filme.

Filme: Dias de Violência
Direção: Robert Markowitz
Elenco: Juliette Lewis, Brad Pitt
Distribuição: Mundial (tel. 011/536-0677)

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