São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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Comandante de batalhão pode ser afastado por ação no Morumbi

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, admitiu ontem a possibilidade de afastar o tenente-coronel José Carlos Bononi do comando do 3º Batalhão de Choque da Polícia Militar.
O afastamento deve ocorrer se ficar comprovado que Bononi teve alguma participação na ação do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) no Morumbi que terminou com a morte de dois reféns e dois ladrões, no dia 8 de novembro. "Sim, vamos analisar isso", afirmou Silva sobre o afastamento.
Depois da ação, o Gate sustentou a versão de que só invadiu o local do cativeiro, onde havia 18 reféns, depois que os ladrões mataram dois operários.
Laudos do IC (Instituto de Criminalística) mostraram que os reféns foram mortos pelos PMs.
Bononi foi indiciado, junto com outros cinco policiais, no inquérito militar que apura se houve abusos da tropa da PM na operação.
Segundo o promotor Luiz Roque Lombardo Barbosa, que acompanha o inquérito, Bononi poderá ser incriminado caso fique comprovado que ele deu a ordem de invasão do cativeiro.
Bononi não foi encontrado para comentar o assunto. No 3º Batalhão de Choque informaram que ele está de férias.
O inquérito militar do caso já deveria ter terminado, mas a troca do responsável pela investigação atrasou a conclusão. O coronel Marcio Benincasa, transferido para Marília (443 km de SP), foi substituído no comando do caso pelo coronel Cauby Zimermann da Costa.

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