São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995
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Cerveja faz consumo de bebidas aumentar até 40% neste anoFinal de ano

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerveja faz consumo de bebidas aumentar até 40% neste ano
Mas o fato é um só: o consumo de bebidas deve crescer até 40% neste ano em comparação com 1994. Este aumento é liderado pelas cervejas, a bebida alcoólica que mais cresceu em volume de vendas neste ano.
Francisco Martins, gerente nacional de marketing da Antarctica, diz que a estabilidade de preços é o principal fator deste aumento.
"O brasileiro está tomando mais cerveja e refrigerante e a razão é simples: o preço da bebida agora é praticamente o mesmo do início do ano" diz Martins.
Nos cálculos da Kaiser, as vendas de cerveja devem aumentar 40% em 1995. "As pessoas estão bebendo mais e também ganhamos novos consumidores", diz Cristiano Ramos, gerente de marketing da Kaiser. Para 1996, a cervejaria prevê novo crescimento, de 20%.
Fabrizio Fasano, presidente da Associação Brasileira de Bebidas, diz que a cerveja ficou mais acessível aos consumidores de menor renda, que, por sua vez, tiveram um aumento de poder de consumo com a queda da inflação.
Fasano afirma que, além da cerveja, os uísques também devem apresentar aumento nas vendas.
"O consumo de scotch uísque deve crescer 30%. Mas no geral, as bebidas quentes (destilados) terão vendas entre 8% e 10% menores na comparação com o ano passado", diz Fasano.
O consumo de vinhos alemães, por exemplo, deve cair entre 10% e 15% em 95. "O ano de 94 foi muito bom e 95 não manteve o mesmo ritmo", diz Fasano.
Elídio Lopes, diretor de marketing da importadora Expand, tem dados semelhantes. "Nossa importação cresceu 30%, mas o consumo não está acompanhando esse aumento", diz Lopes.
Segundo ele, as vendas de 95 devem ficar no mesmo patamar que as do ano passado. "Outra mudança é que as pessoas estão preferindo comprar menos, optando por bebidas mais caras", diz.
Humberto Cereser, diretor da Cereser, diz que, apesar de registrar queda de 8% nas vendas, 95 deve ser considerado um ano bom. "A comercialização foi mais difícil, a população ficou sem dinheiro, com muita inadimplência."
O faturamento da empresa, que chegou a R$ 65 milhões em 1994, deve cair para R$ 60 milhões.
A queda é puxada pelo vinho, que deve vender até 40% menos. O consumo da sidra e dos espumantes, produtos típicos de Natal, deve crescer, respectivamente, 2% e 10% neste ano, diz Cereser.
Final de ano
Davide Marcozitch, diretor-geral da M.Chandon do Brasil, diz que a venda de bebidas está reagindo neste final de ano.
"As pessoas estão voltando ao consumo neste dezembro, após a retração do meio do ano", diz.
Mas, mesmo com a retomada, o ano de 1995 deve terminar com movimento igual ou até 10% abaixo do registrado no ano passado.
Edson Tomihama, gerente de marketing da Remy Lacave, afirma que o consumo "está voltando a normalidade" em dezembro.
"As pessoas estão percebendo que as bebidas subiram menos do que a inflação e voltando a consumir", diz.

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