São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995
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Diretor já foi preso

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Repulsivos, os vídeos da Canibal são indicados para quem não se importa com qualidade. Exageram nas cenas com sangue, escrementos e vísceras. Os efeitos, que às vezes impressionam, são simples e caseiros. Incluem até o prosaico brigadeiro.
As mortes, sempre violentas, sucedem-se com o sangue de groselha ou tinta de tecido. Tripas secas usadas para fazer salame, cheias de erva-mate com água, sugerem as vísceras humanas.
Nos bastidores, a equipe tem que se preocupar também com a reação dos moradores da cidade nas tomadas mais ousadas. Com apenas 18 mil habitantes, a maioria descendentes de alemães e italianos, Palmitos assustou-se no início com a proposta nada convencional da produtora.
A simulação de atos de necrofilia (sexo com cadáveres), no cemitério da cidade, irritou a comunidade católica e Baiestorf chegou a ser preso, tendo que se explicar na delegacia de polícia.
Baiestorf diz que optou por chocar com cenas escatológicas, porque acha que o mérito da produtora é fazer um gênero "que não existe no Brasil". A escatologia, para eles, algumas vezes chega a ser real.
A gravação de "Açougueiros" numa casa abandonada, em fevereiro do ano passado, exigiu muita resistência e força de vontade. Não havia água, a comida estragou e a trupe precisou dormir de luz acesa, com alguém impedindo a aproximação das aranhas que surgiam por todos os lados.

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