São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995 |
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Ex-integrante do Fellini lança CD manipulável por computador
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
O CD vem acompanhado de um disquete contendo as bases das músicas, que podem ser modificadas e reeditadas, desde que o usuário possua um software com programa sequenciador (que permite a preparação e edição de músicas). Os softwares, segundo Ricardo, podem ser encontrados em qualquer loja de informática. Ele diz que os mais conhecidos são o Cakewalk e o Band-in-Box. Segundo Ricardo, o CD é independente do disquete. "Não é preciso ter computador. O disco é uma obra fechada, o disquete é só pra quem quiser brincar." O disco, instrumental e eletrônico, foi todo gravado no computador, com auxílio do programa Sound Canvas, em que os sons de cada instrumento, colocados em faixas diferentes, podem ser livremente combinados e mixados. O objetivo, segundo Ricardo, é atacar a idéia de que a obra de arte é intocável. Em negociação com gravadoras para comercializar o CD, Ricardo fala de seus planos: "Gostaria de propor à gravadora que lançasse um concurso em que o melhor rearranjo das músicas ganhasse o direito de poder prensar mil cópias de sua própria versão". O som de "Quartz by Quartz" lembra pouco o do Fellini, grupo dos anos 80 que reuniu Salvagni, Cadão Volpato, Thomas Pappon e Jayr Marcos. Salvagni tocava bateria, teclados e/ou baixo. Se Fellini, em discos como "O Adeus de Fellini" (85), "Fellini Só Vive 2 Vezes" (86) e "3 Lugares Diferentes", fazia rock contaminado de MPB, Quartz abre suas asas sobre a música eletrônica. "Meu disco não tem nada de MPB, embora eu adore. Tem clássico, valsinhas, mas o que dá o tom é o som eletrônico", diz. Além do interesse por vertentes da dance music, como techno e trance, outros fatores trazem Salvagni do Fellini ao Quartz: "Quis continuar tocando música, mas esse negócio de ter banda dá muito trabalho. Queria ter mais controle sobre a obra, ser o maestro". Não por acaso, a orquestra do maestro Quartz é o computador. Desde o fim do Fellini, no início dos anos 90, ele, que é administrador de empresas, intensificou sua atuação na área de informática. Daí para a participação em grupos maníacos por música na Internet foi um passo. Para o disco, outro. "Quartz by Quartz" foi totalmente feito em esquema independente. "Não gastei quase nada, porque foi tudo feito em casa", afirma. Pagou apenas pela mixagem final e masterização em estúdio (R$ 1.300) e pela prensagem de mil cópias (R$ 2.700). O caminho independente do Fellini é, de certa forma, retomado agora. "Mas agora estou mais velho, é impossível sair de lugar em lugar fazendo divulgação. Por isso preciso fechar com uma gravadora para fazer a distribuição", diz. Disco: Quartz by Quartz Artista: Quartz Como adquirir: pela Internet (og.quartz mandic.com.br) ou na loja Baratos Afins (tel. 011/223-3629) Texto Anterior: Roqueiros dos 80 procuram lugar nos 90 Próximo Texto: "Porco Rosso" é aventura à moda antiga sobre aviadores em combate Índice |
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