São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
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Importado é saída contra o ágio

FRANCISCA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento da alíquota de importação para os veículos é um retrocesso, vai prejudicar a classe média que estava tendo acesso a esse segmento de mercado e, mais uma vez, mostra que o governo cede a lobbies.
A opinião é do casal Leonardo Manzione, 37, engenheiro, e Sonia Regina Vaz, 40, ilustradora. Eles compraram um Twingo, da Renault, depois de muito procurar e esperar em filas por um "popular", sem sucesso.
Segundo Manzione, os importados acabam com o ágio, pois o consumidor tem acesso a outros modelos.
Para o empresário, as montadoreas estão pressionando o governo porque estão perdendo mercado. "Elas querem que o consumidor volte a pagar o que chamo de preço de cabresto".
O casal, que tem uma pequena empresa de computação e design gráfico, observa que hoje ter um veículo importado não é mais questão de status. "Fizemos um bom negócio, não pagamos ágio, o veículo veio com todos os acessórios que não tem nos nossos 'populares' e foi entregue em 25 dias, antes do prazo marcado de 60 dias", afirma Manzione.
O engenheiro defende a alíquota baixa para todos os produtos importados. "Acredito que isso aumenta a competição e faz bem ao mercado, que se verá obrigado a melhorar a qualidade e os preços dos produtos."Queremos trocar o carro por outro importado no final deste ano. Esperamos que o governo não altere as regras do jogo."

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