São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
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Grupo aposta na expressão de seus líderes

AMÉRICO MARTINS; EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A "Democracia Radical", tendência mais à direita do PT, vai utilizar a grande expressão pública de seus líderes para se viabilizar nas disputas internas.
Isolados pela esquerda e sem força na direção partidária, os integrantes da tendência têm como maior patrimônio a votação que conseguiram nas últimas eleições.
Eles querem utilizar esse respaldo que têm da sociedade nas disputas internas, tornando cada vez mais públicos os debates petistas.
O deputado federal José Genoino (SP) afirma que seu grupo não vai "abrir mão de discutir de forma cristalina" os rumos do partido. Segundo ele, se essa discussão for aberta para a sociedade, vai haver uma "oxigenação" da militância petista.
Segundo o deputado federal José Fortunati (RS), a "Democracia Radical" também vai tentar filiar o maior número possível dos atuais simpatizantes do partido. Eles pretendem aumentar a representação que têm nas instâncias partidárias a partir dos próximos encontros do PT, em junho.
Genoino descarta a possibilidade de uma composição da "Democracia Radical" com o novo "Centrão" do PT. Ele admite, no entanto, a possibilidade da tendência fazer algumas "alianças pontuais" com o centro.
O ex-deputado Aloizio Mercadante (SP), um dos principais líderes do novo "Centrão", faz questão de dizer que a "Democracia Radical" não poderá ser completamente isolada no processo de reorganização interna do partido. Para ele, é "fundamental" que eles tenham espaço interno.
Para Fortunati, há uma "exigência" da base do partido para que a direção não continue com as alas mais à esquerda. Em sua avaliação, essas tendências "prejudicam muito o partido, passando uma imagem muito dura do PT".
Genoino diz que o importante é a "Democracia Radical" continuar mantendo seu discurso: "Mesmo isolados, nós aprendemos a dizer o que pensamos".
(Américo Martins e Emanuel Neri)

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