São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
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Petistas buscam candidato à sucessão de FHC

ESPECIAL PARA A FOLHA E DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Inácio Lula da Silva deixou de ser uma unanimidade entre os petistas para disputar a Presidência da República pelo partido.
No debate realizado na Folha, 58 pessoas da platéia, formada na maioria por militantes do PT, responderam à pergunta sobre quem gostariam de ter como candidato em 1998. Lula obteve 27 votos.
Em segundo lugar ficou o ex-prefeito de Porto Alegre, Olívio Dutra, que perdeu a eleição ao governo gaúcho para Antônio Britto no segundo turno, em votação apertada. Dutra teve sete votos.
O ex-deputado e candidato a vice na chapa de Lula, Aloízio Mercadante, ficou em terceiro, com seis indicações. Plínio de Arruda Sampaio, da ala moderada do PT e com vínculos estreitos com a Igreja Católica, teve cinco votos.
O deputado José Genoino foi escolhido por três pessoas. Outras quatro votaram em branco e mais cinco disseram não saber qual é seu candidato preferido.
Lula, que disse no início da semana não ter mais "disposição" para ser candidato à Presidência, atenuou sua declaração. "Eu não digo que não sou ou que sou candidato. Não criei o partido para que eu fosse candidato eternamente", disse. A seguir brincou: "O PT tem gente boa demais, e eu mesmo posso até melhorar".
Antes de pensar na sucessão o PT tem que resolver quem presidirá o partido caso Lula insista mesmo em deixar sua direção.
Hoje o nome mais cotado para chefiar o partido é o de Olívio Dutra. Mas ele tem problemas.
Se disputar a Prefeitura de Porto Alegre em 96, o que é provável, dificilmente terá condições de assumir o comando do partido.
Nesse caso, o novo presidente poderá sair de uma lista tríplice —os ex-deputados Aloizio Mercadante e José Dirceu ou o atual presidente interino, Rui Falcão.

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