São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
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Reconstrução de Kobe atrai dekasseguis

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O trabalho de reconstrução da cidade de Kobe (Japão), destruída pelo terremoto do dia 17 de janeiro, está abrindo novas oportunidades de trabalho para dekasseguis brasileiros (descendentes de japoneses que imigram para o Japão em busca de emprego).
Em Maringá (420 km a noroeste de Curitiba), o arregimentador Rubens Tsuji está anunciando em jornais da região 300 vagas para os serviços de "limpeza dos destroços de Kobe".
Segundo Tsuji, várias empresas do Japão também estão precisando de mão-de-obra. Ele disse que a preferência é por japoneses ou nisseis (primeira geração) que já tenham trabalhado no Japão.
Ele acena com a possibilidade de um ganho mensal de US$ 5.250 para homens com idades entre 18 e 50 anos.
Representante da empresa Chubu Kogyo (indústria de vidros para automóveis) no Paraná, Américo Take Yamanaka, 35, disse que o trabalho de reconstrução de Kobe e Osaka (também atingida pelo terremoto) "abriu maiores oportunidades aos brasileiros".
Segundo ele, aumentou o número de dekasseguis enviados por ele no final de janeiro para Nagoya e Osaka, onde a Chudu Kogyio tem unidades industriais.
"Antes, enviava em média cinco pessoas por mês. Este número subiu para 40 depois do terremoto." Segundo Yamanaka, a maioria está sendo direcionada para Osaka, "onde a fábrica ficou parcialmente danificada".
Tradicional exportadora de mão-de-obra para o Japão, a Roppong Tour, de Maringá, com filial em Londrina (379 km ao norte de Curitiba), não tem acusado aumento na procura por mão-de-obra. A empresa trabalha com um pool de empreiteiras japonesas.
Takashi Watanabe, representante da Roppong em Londrina, disse que o inverno japonês é tradicionalmente fraco para a mão-de-obra dekassegui.
Segundo Watanabe, neste período do ano os dekasseguis enfrentam a concorrência de mão-de-obra dos japoneses do norte da ilha.
"No norte do Japão, o inverno é muito rigoroso e os agricultores deixam o campo e se empregam nas indústrias do sul", disse.
O Consulado Geral do Japão em Curitiba não tem números oficiais sobre os dekasseguis que seguem para o Japão em busca de trabalho.

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