São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
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Jovens preferem personalidades do rock

BIA ABRAMO
EDITORA DA ILUSTRADA

Jovens entre 18 e 21 anos fizeram opção preferencial pelo rock. Todas as personalidades mais citadas pela faixa etária mais jovem do público do Hollywood Rock 95 (leia-se show dos Rolling Stones) são roqueiras. Cazuza, Raul Seixas, John Lennon e Jim Morrison, além de estarem todos mortos, têm em comum a ligação visceral com o rock. Já os com mais de 30 anos rendem-se ao poder da MPB, elegendo Caetano Veloso tanto como o símbolo da geração quanto como maior artista brasileiro.
Entre os brasileiros, os mais jovens escolheram as duas figuras mais emblemáticas de uma possível história do rock no Brasil. Raul Seixas, a mais completa tradução do rock'n'roll em português, aparece como o maior artista brasileiro de todos os tempos. Cazuza, escolhido como símbolo da geração, viveu sob o lema sexo desregrado, drogas demais e rock'n'roll.
O morto que os mais jovens gostariam de ressuscitar é quase diametralmente oposto ao que os mais velhos preferiam que estivesse vivo. Jim Morrison, líder, vocalista e letrista do grupo The Doors, foi o herói do excesso roqueiro, o poeta da psicodelia e da contracultura. Morreu antes de ficar velho. John Lennon, que nos anos 60 fez da música pop um fenômeno de massa em escala mundial, ficou velho e bem comportado antes de ser assassinado.
Entretanto, na hora de escolher o maior artista internacional de todos os tempos, o público entre entre 18 e 21 anos preferiu o bom-mocismo dos Beatles à trangressão dos Stones. Lennon, que cantava "dê uma chance à paz", ficou na frente do demônio Jagger.

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