São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995 |
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'Existem os que fazem um assédio elegante' Ex-secretária cita ex-ministro de Collor XICO SÁ
Há cinco anos, ela apareceu na "Playboy". Hoje, ela mora em São Paulo, trabalha como modelo e prepara um livro sobre o tema. Título: "A Sala da Secretária". Milene trabalhou no gabinete do ex-deputado federal Samir Achôa (PMDB), durante a Assembléia Constituinte, em 88. "Muitos deputados são grosseiros, chegam logo pegando na gente", diz. "Mas existem os que fazem um assédio elegante.". Na categoria do assédio "light", Milene lembra de um ex-ministro de Collor. A ex-secretaria Milene diz que o assédio acontecia com propostas de viagens, presentes e em algumas ocasiões beiravam a violência. V.S., 28, que pediu para não ser identificada no jornal, confirma a tese de Milene. Ela trabalha para um deputado do PMDB e conta que, além dos deputados, os lobistas que circulam no Congresso também são "agressivos". Na prática, o "patrão" do setor público não dispõe de uma das principais armas da iniciativa privada para o assédio: a chantagem da ameaça de demissão. Outro fator que inibe, segundo a delegada Débora Souza Menezes, da Delegacia da Mulher de Brasília, é o medo do político diante da possibilidade de escândalo. Débora cita pelo menos um episódio recente. O protagonista foi o ex-chefe da Segurança do Ministério das Minas e Energia Irael da Mota, 46. Ele foi acusado de assédio e até tentativa de estupro. Como chefiava funcionárias terceirizadas (contratadas junto a empresas privadas), Mota as teria ameaçado de demissão. Ele deixou o emprego e responde a processo. Texto Anterior: 'Ele me convidava para ir ao motel' Próximo Texto: Governo não garante direitos constitucionais dos deficientes Índice |
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