São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995
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Peru continua ataques ao Equador

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo do Equador anunciou na noite de sexta que seus destacamentos de fronteira foram objeto de ataques repetidos dos peruanos, no momento em que se fazem negociações no Rio de Janeiro para conseguir um cessar-fogo.
O presidente da Argentina, Carlos Menem, solicitou a seu colega do Equador, Sixto Durán-Ballén, que aceite com urgência sua proposta para deter o conflito com o Peru, em telefonema sexta à noite.
A conversa foi acompanhada por funcionários e jornalistas que se encontravam com o presidente argentino.
A proposta de Menem consiste em afastar as tropas peruanas e equatorianas da zona fronteiriça dos dois países, substituindo-as por tropas internacionais de paz.
Segundo a agência Efe, Peru e Equador têm versões absolutamente diversas do conflito.
O Peru denunciou o bombardeio de um destacamento de fronteira por um helicóptero peruano, a 26 de janeiro. O governo equatoriano sustenta que desde o fim de dezembro patrulhas peruanas começaram a se infiltrar na retaguarda equatoriana e que, a 26 de janeiro, uma patrulha iniciou o fogo.
Com relação às baixas dos combates, o ministro da Defesa equatoriano, general José Gallardo, afirma que desde que começaram as hostilidades morreram 8 soldados equatorianos. Gallardo informou que suas forças mantém prisioneiros dois soldados peruanos.
Quanto ao Peru, o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas, Nicolás de Bari Hermoza, estimou as baixas do conflito em 11 soldados peruanos e 43 equatorianos mortos, enquanto que outras fontes militares peruanas asseguraram que o número de baixas, entre mortos, feridos e desaparecidos dos dois lados, chega a 200.
Lima afirma ter prisioneiros 25 soldados equatorianos. Quito nega. Sobre a fronteira entre os dois, o Peru exige que se ajuste o Protocolo de Rio de Janeiro de 1942, e a utilização dos mecanismos do tratado para finalizar a demarcação na área de 78 km que ficou aberta.
Quito contestou o protocolo, e sustenta que por razões geográficas é impossível de executar. Os dois reclamam direitos sobre os 350 km2 em que combatem.

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Sobre o conflito à pág. 3

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