São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995 |
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Acusações emperram diálogo
FRANCISCO SANTOS
Às 2h, o vice-chanceler equatoriano, Marcelo Fernandez Cordoba, leu "nota à imprensa" afirmando que "destacamentos equatorianos de fronteira foram objetos de repetidos ataques peruanos". O vice-chanceler peruano, Eduardo Ponce Vivanco, procurou os jornalistas para afirmar que os ataques peruanos foram feitos dentro do seu próprio território. Ponce manifestou "surpresa" com a nota equatoriana, emitida, segundo ele, no momento em que a negociação chegava aos últimos detalhes. Foi a primeira vez que o chefe da delegação peruana admitiu ataques de seu país ao Equador. Pela manhã, o diplomata brasileiro Antonio Simões, porta-voz das negociações, disse que a troca de farpas da madrugada gerou "irritação" entre as duas partes mas não chegou a colocar em risco a continuidade do diálogo. Simões desmentiu telegrama da agência de notícias EFE, que afirmava terem Peru e Equador chegado a um acordo para o envio de observadores do Brasil, Argentina, Chile e EUA à zona de combate. Os quatro países que patrocinam as negociações de paz no Rio iniciadas no dia 31 de janeiro são os avalistas do Protocolo do Rio, assinado em 1942, e que definiu os 1.600 km de fronteira em Peru e Equador após guerra travada em 41 pelos dois países. Posteriormente, o Equador contestou limites fixados num trecho de 78 km, na Cordilheira do Condor. A reunião foi interrompida à 10h50, sem que houvesse acordo e a previsão era de retomá-la às 17h. Texto Anterior: Mapa sugere expansionismo do Equador Próximo Texto: Criada a primeira universidade 100% virtual Índice |
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