São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995
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Cunhado de Quércia é acusado de ser 'fantasma'

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O cunhado do ex-governador Orestes Quércia, Luiz Gustavo Barbosa Ulson, está sendo acusado de ser "fantasma". Seu nome integra lista dos 1.390 funcionários que deveriam estar lotados no gabinete da presidência do Banespa, mas que ali não trabalharam.
Gustavo é irmão de Alaíde Quércia, ex-primeira-dama do Estado. A Folha apurou que ele foi contratado pelo Banespa —através do Baneser— para trabalhar na Secretaria da Saúde.
Gustavo admitiu ontem que nunca trabalhou no banco. "Sou médico concursado e trabalhava no Hospital Zona Sul, em São Paulo. Fui contratado pelo Baneser, quando meu irmão passou a dirigir o ERSA-4", disse ele.
O irmão de Gustavo, Ricardo Ulson, foi candidato a deputado federal pelo PMDB na última eleição e dirigiu o Escritório Regional de Saúde 4 (que engloba da região de Campinas ao Vale do Paraíba) durante o governo Fleury.
Os 1.390 funcionários tiveram seus contratados rescindidos pelo Banespa, no início de janeiro, pelo interventor do Banco Central, Altino da Cunha. O banco está sob intervenção desde o fim de 1994.
A Folha obteve de um funcionário do banco a informação de que Gustavo está na lista anunciada pelo interventor em 2 de janeiro e nunca divulgada.
Ontem, o deputado Paulo Teixeira, 33, do PT, anunciou que vai entrar hoje com representação junto ao Ministério Público pedindo a anulação dos 1.390 contratos.
Segundo Teixeira, mais do que a rescisão, os contratos deveriam ser anulados e exigida a devolução do dinheiro gasto pelo banco com esses supostos funcionários.
Para ele, há indícios de "desvio de finalidade" nas contratações. Ele disse que dos 1.390 contratados, 367 "fantasmas" estariam lotados na Secretaria de Esportes.

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