São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Países negociam área desmilitarizada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Peru e Equador vão negociar a partir de amanhã, com os países avalistas, em Brasília, a definição de uma área desmilitarizada para onde será enviada uma equipe de observadores.
A criação dessa área é consequência do cessar-fogo declarado pelo Peru e acatado pelo Equador.
Segundo o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, essa área neutra vai exigir que "as tropas dois dois países voltem às suas bases".
A equipe de observadores (cerca de 20 militares, entre soldados e oficiais, todos ligados ao Comando Militar da Amazônia, chefiado pelo general Germano Pedroso, com sede em Manaus) está estacionada desde a semana passada na base de Tabatinga (AM).
A equipe parte para a região do conflito assim que for definida a área desmilitarizada e fica no local por um prazo mínimo de 90 dias.
Os militares pertencem aos comandos de brigada de Tefé, Porto Velho e Boa Vista especializados em vigilância de fronteiras e operações na selva.
O presidente Fernando Henrique Cardoso fez questão de dar a notícia do cessar-fogo ontem, pessoalmente, no Palácio do Planalto. O presidente deve receber às 11h30 uma missão peruana.
Com o cessar-fogo os países avalistas do Protocolo do Rio (1942) querem extrapolar a função de simples zeladores do documento e mediar um acordo de paz permanente entre os dois países.
Para hoje está prevista, em Brasília, uma reunião técnico-militar que vai definir o envio de uma missão dos quatro países fiadores ao local onde houve combates.
A coordenação dos encontros é do Brasil porque é o país onde foi assinado o protocolo de 1942, que definiu a fronteira entre Peru e Equador. Também são fiadores Argentina, Chile e EUA.
Os países garantes foram avisados só ontem oficialmente do cessar-fogo unilateral proposto pelo Peru e também da resposta positiva por parte do Equador.
Na segunda-feira, diplomatas dos quatro países garantes iniciaram uma reunião às 23h15, que durou até 2h de ontem (hora em que o grupo recebeu telefonemas dos vice-chanceleres do Peru, Eduardo Ponce, e Equador, Marcelo Fernandez, anunciando o cessar-fogo unilateral.
Fernandez foi chamado à reunião ontem às 16h. Afirmou que o povoado de Tiwinza continuava em poder do Equador, diante de informações de jornalistas de o Peru teria tomado o posto.

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