São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Fespaco organiza cinemateca
LÚCIA NAGIB
Embora extremamente recente, contando com pouco mais de 30 anos, a cinematografia africana vem sofrendo perdas irreparáveis, como o caso do filme "As Mil e Uma Mãos", do marroquino Souhel Ben Barka, vencedor do Fespaco de 1973: o negativo se perdeu no laboratório e agora tornou-se impossível extrair-se novas cópias. São portanto louváveis os esforços empregados pelo Fespaco, em conjunto com a Fepaci (Federação Pan-Africana de Cineastas), no sentido de se estabelecer em Uagadugu uma cinemateca africana. Recursos vêm sendo levantados junto à Unesco e em países africanos e do exterior para a construção de dependências adequadas ao depósito e à conservação de obras cinematográficas. Filippe Sawadogo, diretor do Fespaco, reconhece que ainda é longo o caminho a ser percorrido na África. Visualiza, porém, um acervo precioso, que se tornará "uma opção real de consulta e pesquisa universitária. Serão organizadas universidades de verão, projeções de arte e de ensaio, seminários científicos e históricos." A fonte primeira para a fundação da cinemateca será, naturalmente, o Fespaco, já que possui informações e materiais acumulados ao longo de 26 anos. Os trabalhos de coleta de cópias de filmes já está se iniciando, segundo Sawadogo, com uma pesquisa minuciosa em arquivos na África e fora dela. O acervo se comporá essencialmente de filmes africanos. O projeto inclui ainda um centro de mídia, destinado à pesquisa, além de um laboratório de verificação e manutenção de filmes. Um trabalho de fôlego, mas Sawadogo confia que "o cinema africano se transformará numa fonte preciosa de ensino e pesquisa, num futuro antes próximo que distante". Texto Anterior: África celebra cinema com feira cultural Próximo Texto: Brasileira foi premiada em 89 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |