São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995
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Administrar o setor externo

DEMIAN FIOCCA

A contenção de preços através da competição de produtos importados é muito eficiente. Mas ela só pode ser usada dentro dos limites impostos pela disponibilidade de divisas e com uma duração que não torne o país mais dependente de produtos importados do que ele pode sustentar no longo prazo.
Os déficits comerciais mostram que a soma da valorização do câmbio e da redução das tarifas externas foi além do que permitiria o equilíbrio. Enquanto se adia a desvalorização cambial, a política de comércio pode ser conduzida de maneira menos (ou mais) inflacionária.
Evitar a corrida de preços e salários é meio caminho para assegurar a estabilidade. Assim, priorizar a importação dos bens que compõem o custo de vida médio e elevar as tarifas dos bens de luxo (ou impôr cotas) é um modo de minimizar o impacto na inflação da redução das importações.
Nem todos os preços têm a mesma importância. Os sindicatos não demandarão aumentos porque estão mais caros os automóveis, videocassetes ou "bugigangas" importadas. Mas certamente o farão se subir o preço do macarrão ou sabão.
Com a maior tarifa de importação de carros, o governo pode estar iniciando uma seleção das importações. Lentamente.

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