São Paulo, quarta-feira, de dezembro de |
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Fleuryzista fala em "reciclagem"
CARLOS EDUARDO ALVES
Explica-se: o desgaste do ex-governador chegou ao partido, que, junto com o fiasco eleitoral de Quércia, amargou em São Paulo um humilhante quarto lugar na disputa pelo governo estadual na última eleição. Fleury saiu de cena. Viajou para os Estados Unidos e só retorna a São Paulo na semana das convenções municipais. "Vamos mostrar que o PMDB não tem cacique nem dono", estoca Quércia o deputado Luiz Carlos Santos. O peemedebista, que é líder do governo FHC, acha que seu grupo elegerá dois terços dos convencionais da capital e região metropolitana e que, no interior, os deputados federais e estaduais é que determinarão o vencedor do confronto. "Não somos contra Quércia ou a favor de Fleury. Queremos é um PMDB reciclado", afirma Santos, dono de uma sólida base interna na capital do Estado. Arnaldo Jardim aponta um "risco" que seria inevitável com uma vitória avassaladora do quercismo: a linha contraditória que se estabeleceria entre o PMDB paulista e o nacional na relação com o governo FHC. Enquanto o PMDB nacional está no governo tucano, Quércia, na mesma carta aos dirigentes municipais em que desanca seus rivais internos, fustiga FHC, que no seu entender "faz o jogo da elite financeira e dos países industrializados". "Um partido não aguenta viver com linhas contraditórias, e o Quércia precisaria ouvir o partido e deixar florescer opiniões e novas lideranças no PMDB", diz Jardim. Peemedebistas que tentam a isenção no conturbado processo paulista são pessimistas sobre o PMDB no Estado. A análise diz que a estigmatização de Quércia na opinião pública inviabiliza a recuperação eleitoral do partido no curto prazo. Já Fleury leva ao partido a imagem de um governo sem obras e que acabou de "quebrar" as finanças estaduais. Entre os quercistas históricos que agora fazem parte da cruzada de Quércia contra Fleury e Santos, estão o deputado estadual João Leiva e os federais Alberto Goldman e José Aristodemo Pinotti. Leiva, que assumiu a presidência do PMDB paulista após a morte de Roberto Rollemberg, dispara contra Fleury. "A resistência a Fleury é grande. O partido saiu enfraquecido de sua gestão, ao contrário do que ocorreu no governo Quércia", diz. (CEA) Texto Anterior: Quércia quer "purificar" partido Próximo Texto: Crise divide empresários e economistas Índice |
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