São Paulo, domingo, 5 de março de 1995 |
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Abalo financeiro alerta governo
MÁRCIA DE CHIARA
"Com certeza, o efeito do México já está atuando na formulação da política econômica brasileira. E isso é positivo para o país", diz o economista Sérgio Mendonça, diretor-técnico do Dieese. O aumento da alíquota do Imposto de Importação dos automóveis e o pacote anticonsumo, exemplifica, é sinal de que o governo tem consciência de que não pode entrar na rota de déficit comercial. Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), faz a mesma avaliação. "Estou convicto de que o pacote anticonsumo baixado pelo governo no final de fevereiro foi para conter a importação." Para ele, a equipe econômica não quer mexer na âncora cambial e, por isso, penalizou o consumo como um todo. Olhando só para os números do comércio, diz Alfieri, essas medidas não eram necessárias. Fevereiro foi o pior mês de vendas a prazo, desde a entrada do real. E mais: a prova de fogo para o Plano Real foi dezembro, pico de vendas. Para Flávio Nolasco, economista da Brasilpar, o reflexo da crise mexicana na economia brasileira ainda é marginal. Exemplo: a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que norteia os investimentos, poderia ter sido menor em janeiro e fevereiro por causa da expectativa de inflação mais baixa. Isso não ocorreu, diz Nolasco, por causa da crise mexicana que começou no final de 94. (MCh) Texto Anterior: Crise divide empresários e economistas Próximo Texto: Indústria e comércio se dizem "fortes" Índice |
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