São Paulo, domingo, 5 de março de 1995
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Brasileiros correm atrás de prestígio internacional

MAURO TAGLIAFERRI
DO ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

O Brasil perde só para os EUA em número de pilotos na temporada 95 da Indy.
Havia 11 norte-americanos confirmados até o fechamento desta edição, contra 7 brasileiros.
Destes, porém, apenas um pode já ser considerado um vitorioso no primeiro escalão do automobilismo internacional.
Os demais, veteranos ou novatos, ainda buscam a consagração.
Apenas seis deles, porém, estarão na pista de Miami hoje. Marco Greco, o ausente, só estréia na temporada na terceira etapa.
Emerson Fittipaldi foi o pioneiro entre os brasileiros na Indy.
Na categoria desde 84, depois de ser duas vezes campeão na F-1, ele já venceu as 500 Milhas de Indianapolis em 89 e 93 e foi o campeão da Indy em 89.
No ano passado, Fittipaldi foi vice num campeonato dominado pela sua equipe, a Penske, pela qual continua correndo em 95.
Depois dele, três dos sete brasileiros têm a chance de provar que são mais do que "eternas promessas" no automobilismo.
Mauricio Gugelmin, Raul Boesel e Marco Greco acreditam que poderão vencer corridas na categoria e, até, lutar pelo campeonato.
"Meu objetivo é, finalmente, ganhar uma corrida. Se conseguir, é porque tenho chance de conseguir o título", afirmou Boesel.
Na Indy desde 85, Boesel chegou, no máximo, em segundo lugar em GPs. O último deles foi em Laguna Seca, na prova final da temporada 94, em outubro.
O brasileiro corre este ano pela Rahal/Hogan, ao lado do norte-americano Bobby Rahal, três vezes campeão da Indy.
Mauricio Gugelmin, que foi para a Indy em 93, depois de cinco anos na F-1, se diz "bem ambicioso neste começo de campeonato".
O piloto treinou mais de um mês com sua nova equipe (estava na Chip Ganassi em 94) e encontrou engenheiros com quem trabalhara na Leyton House, da F-1.
Já Marco Greco saiu da Arciero e acertou contrato com a equipe Galles na semana passada.
Como o negócio foi efetivado nas vésperas da abertura da temporada, Greco não participa das duas primeiras provas. Seu carro fica pronto só em meados do mês.
Na Indy desde 93, 30º lugar em 94 (2 pontos), Greco foi atraído pelo currículo do novo time.
"A Galles é uma escuderia de renome, campeã em 90 com o Al Unser Jr. e vencedora das 500 Milhas em 92", explicou.
Por fim, os três estreantes.
Christian Fittipaldi surpreendeu ao trocar a F-1 pela equipe Walker, da Indy, no início de fevereiro. Corre para se adaptar ao carro e aos circuitos ovais.
Na mesma situação aparece Gil de Ferran, que deixa a F-3.000 européia e, em vez de seguir o caminho "natural" (a F-1), vai disputar a Indy pela Hall Racing.
Já André Ribeiro passou 93 na Indy Lights, segunda divisão da Indy, de onde saiu como o "rookie of the year" (o melhor novato) para a equipe Tasman.
(MT)

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