São Paulo, domingo, 5 de março de 1995
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Alfabetização é estimulada

DENISE CHRISPIM MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Rossi Residencial, idealizadora do Plano 100, diminuiu o tempo ocioso nos seus canteiros de obras.
Para aumentar a produtividade, está usando incentivos e benefícios para estimular e melhorar a qualidade de vida dos operários.
Desde meados de 1994, a empresa se empenhou em organizar o trabalho de acordo com o modelo de células —elas tornam os empregados multifuncionais.
O incentivo —aumento de 5% no salário e direito a alojamento diferenciado— é oferecido para voluntários.
O pré-requisito exigido é saber ler e escrever. O benefício foi a criação de escolas de alfabetização nas obras, capazes de dar a formação equivalente ao 4º ano do 1º grau em nove meses.
No ano passado, sete alunos foram formados em uma turma piloto. Paulo José da Silva (o Paulo Bigode), 32, carpinteiro, foi um deles.
Paulo tinha estudado até a 5º série. Mas há 12 anos não pegava num caderno e queria "melhorar a letra".
Não recebeu colher de chá pelo voluntarismo. Pegava no batente das 7h às 18h. Jantava no refeitório da obra e ia para a sala de aula.
Terminado o curso, fez treinamento em outras tarefas. Hoje é instrutor. "Ensinar o que aprendi há pouco tempo é difícil", afirma.
Horista, tirou R$ 424 em janeiro. Desde junho de 94, recebe os 5% e não tem intervalos entre as tarefas. Atualmente, 110 trabalhadores frequentam as aulas depois do trabalho.
(DCM)

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